Melhor Conteúdo é só aqui

domingo, 27 de maio de 2012

Análise : Diablo III

"Diablo III" é um dos jogos mais aguardados dos últimos anos. Anunciado em 2008, é sequência de um clássico de 12 anos de idade, que definiu parâmetros para o que conhecemos como 'RPG de ação'.


É uma legítima criação da Blizzard, que carrega em seu DNA (ou seria código-fonte?) a experiência da produtora com "Warcraft", os "Diablo" anteriores, "StarCraft" e, mais evidente, "WoW", seu popular jogo online.


No game, você escolhe um herói e encara hordas demoníacas, em uma emocionante batalha do Bem contra o Mal. É um enredo manjado, mas que cumpre seu papel. Para os veteranos da série, a história é cheia de referências aos jogos anteriores, mas nada que impeça o jogador recém-chegado de entender o que está acontecendo e partir para a batalha.


O jogo possui um componente social muito forte, seja nas partidas com até 4 jogadores, na compra e venda de itens ou mesmo ao acompanhar o progresso dos amigos em tempo real. Jogar sozinho não é ruim, mas a experiência online enriquece o jogo. Porém, a obrigação de estar conectado ainda precisa provar que oferece mais benefícios do que transtornos.





PONTOS POSITIVOS

  • Heróis poderosos e evolução constante
  • Em "Diablo III" você escolhe entre 5 classes de personagem: Arcanista, Bárbaro, Caçador de Demônios, Feiticeiro e Monge. Cada uma possui seus próprios poderes, armaduras específicas e armas mais apropriadas. A Blizzard fez um trabalho excelente com cada classe. Mais do que poderes e fraquezas, a escolha do herói depende do seu estilo de jogo.

    Enquanto o Bárbaro é um guerreiro brutal, mais 'direto ao ponto' do que os outros personagens, o Monge é um artista marcial capaz de desferir golpes variados, cegar inimigos e se esquivar dos adversários com agilidade impressionante. O Caçador de Demônios é ideal para quem prefere manter distância dos alvos e conta com um arsenal de armadilhas e tiros especiais para controlar as hordas demoníacas. O Arcanista é outro personagem de longo alcance, mas que usa poderes mágicos para desferir muito dano em pouco tempo. Já o Feiticeiro é capaz de controlar seu próprio exército de monstros e mortos-vivos, um personagem que apela para os jogadores mais estrategistas.

    Com um sistema de evolução mais linear do que a maioria dos RPGs, "Diablo III" facilita a vida dos jogadores iniciantes e estimula a experimentação. Ao escolher uma habilidade ou trocar uma de suas runas - que dão efeitos extras para os poderes do personagem - você sempre pode voltar atrás e se acomodar com uma combinação que pareça mais efetiva. Aqui, não há o risco de se frustrar com escolhas ruins de atributos ou pontos gastos em habilidades inúteis.

    Como os atributos principais (Força, Destreza, Inteligência, etc) evoluem de forma pré-determinada, o que diferencia um personagem de outro do mesmo nível e classe, são os equipamentos. Armas mágicas, armaduras, anéis e outros apetrechos garantem mudanças nos atributos, mais pontos de vida e uma maior capacidade de dano. E existem aos milhares.

    Cada inimigo derrubado é como uma máquina de caça-níqueis, que pode recompensar o jogador com moedas de ouro, armas especiais ou um ocasional item raro, por exemplo. Assim como a barra de experiência, que fica um pouco mais cheia a cada embate e missão, experimentar novos itens constantemente é um dos estímulos mais fortes para continuar jogando "Diablo III".
  • Trama envolvente
  • O enredo de "Diablo III" é previsível, com um dos conflitos mais clássicos de todos os tempos: o Bem, representado pelos heróis e seus companheiros - como o ancião Deckard Cain e sua sobrinha Leah - enfrenta as hordas infernais que invadiram o mundo de Santuário. É simples e direto, mas, em sua simplicidade, funciona.

    Para os veteranos, o jogo é cheio de detalhes. Personagens do primeiro "Diablo" retornam no decorrer da campanha. Livros espalhados pelo jogo presenteiam o jogador - em áudio e em bom português - com informações sobre os monstros, a mitologia do universo do jogo e até revelam o destino de personagens menores. São informações que enriquecem a experiência e envolvem o jogador.

    Mais do que as vozes dos protagonistas - muito bem representadas - é nessas informações adicionais que a localização para nosso idioma faz mais diferença em "Diablo III". Ao conhecer mais sobre as criaturas e sobre o passado do jogo, é mais fácil se envolver com esse universo brutal. Quem domina o inglês, pode optar por jogar nesse idioma, mas, para muitos, jogar em português será uma ótima experiência, com uma qualidade que deve servir como exemplo para outras produções.

    Para completar, há cenas de corte caprichadas e emocionantes, como é de se esperar de uma obra da Blizzard.
  • Direção de arte
  • "Diablo III" preserva a visão isométrica dos jogos anteriores, com a câmera posicionada no alto, mas com pequenas mudanças de ângulo em certos momentos. Combinada com os cenários cheios de detalhes, principalmente nas cidades e masmorras, o jogo tem um legítimo apelo retrô.

    Vale observar que, embora seja mais colorido do que "Diablo II", por exemplo, a direção de arte não torna o game mais suave. Nuvens fofinhas, arco-íris e unicórnios coloridos só existem em seu estágio secreto. As paisagens são cheias de detalhes sinistros: criaturas estripadas, corpos pelo chão, cadáveres enforcados em árvores e máquinas de tortura são objetos de decoração típicos de "Diablo III".

    O uso de cor e iluminação se deve ao fato de que, agora, a Blizzard possui tecnologia para fazer o jogo assim. Ao invés de usar uma paleta de cores reduzida e pouca iluminação para esconder imperfeições, "Diablo III" prefere mostrar tudo nos mínimos detalhes. E é notável como ambientes mais claros na superfície tornam as masmorras que vêm logo em seguida mais claustrofóbicas e assustadoras.

    O jogo possui uma identidade visual própria, que o diferencia de "WoW" e "StarCraft 2". Os retratos dos personagens possuem um traço característico bem marcante, que poderia até ser mais aproveitado: algumas cenas de corte, por exemplo, aproximam a ação dos personagens, em um estilo parecido com "Warcraft 3". Nessas horas, manter a câmera afastada e usar os blocos de texto com retratos seria uma opção melhor, para não cortar o clima da partida.
  • Ação refinada
  • "Diablo III" refina as mecânicas da série: combate rápido, coleta de tesouros e evolução do personagem. Não à toa, o jogo é um legítimo 'RPG de ação', que compartilha elementos típicos dos RPGs, como a fantasia sombria, uso de magia, itens encantados e personalização dos heróis, mas faz de tudo para agilizar a experiência.

    Você usa apenas o mouse e umas poucas teclas para jogar "Diablo III". Atalhos existem, mas apenas para funções simples, como mandar mensagens para amigos no meio da partida ou verificar os itens espalhados pela tela. Na verdade, se há algum indício real de que "Diablo III" ganhará uma versão para consoles, é o sistema de controle, que poderia facilmente ser adaptado para um joystick.

    As habilidades são adquridas conforme o herói ganha níveis, mas de maneira linear: novos poderes surgem de acordo com a progressão, bem como runas, que garantem propriedades extras para esses poderes. Você só precisa escolher a combinação que mais lhe agrada, conforme seu estilo de jogo ou na hora de enfrentar um chefão específico.

    É um aspecto do jogo que facilita a vida dos iniciantes, pois você consegue se virar por muito tempo com uma única combinação de habilidades - não precisa memorizar atalhos e prestar atenção ao teclado no meio dos combates, como em "Diablo II". Mas é claro que liberar os melhores poderes e as runas mais poderosas só é possível nos níveis mais altos e, para chegar lá, só jogando muito.

    Atividades paralelas, como a criação de itens e a aplicação de gemas aos equipamentos, são feitas por personagens coadjuvantes. E, assim como as atividades centrais do jogo, rapidamente se provam viciantes.

    Para criar armas melhores ou gemas mais poderosas, é preciso evoluir esses artesãos. Como em um jogo social, você gasta suas moedas de ouro para subir o nível do personagem. Depois de alguns níveis, é preciso fornecer itens específicos, diagramas e receitas para que eles melhorem suas habilidades. Esses itens são encontrados na Casa de Leilões e entre os tesouros das dificuldades mais elevadas do game.
  • Componente social
  • Algumas das maiores supresas de "Diablo III" são os componentes sociais do jogo. De cara, você tem o multiplayer, com suporte para até 4 jogadores online. Sua lista de amigos no game - e também em "StarCraft II" e "World of Warcraft" - fica em um canto da tela e pode ser aberta com um clique do mouse, sem interromper a partida.

    Entrar em partidas públicas com estranhos é possível, mas é mais rápido e divertido jogar com os amigos. Você pode entrar e sair quando quiser do jogo. Quando outros jogadores entram na partida, a dificuldade sobe, assim como a qualidade dos tesouros. E, para evitar brigas, os itens deixados pelos monstros são exclusivos para cada jogador.

    Mas mesmo quem prefere jogar "Diablo III" sozinho, tem boas experiências sociais durante o jogo: a Casa de Leilões, por exemplo, é o local onde você compra e vende itens. Por enquanto, a ferramenta só funciona com as moedinhas de ouro do jogo, mas em breve deve passar a operar com dinheiro de verdade - que, aqui no Brasil, só poderá ser utilizado em jogos da Blizzard.

    Delírios de fortuna à parte, negociar itens na Casa de Leilões é uma brincadeira envolvente, que em pouco tempo se torna parte da rotina do jogador. Você entra no game, confere seus lances, transfere seus novos equipamentos para o baú, recolhe seus ganhos e, no fim da partida, retorna para novas negociações. Algumas facilidades presentes em "WoW" fazem falta aqui, como uma busca pelo nome do item e um processo de transferência e avisos dentro do jogo, ou mesmo um aplicativo para smartphones, dedicado aos leilões.

    Por último, mas não menos interessante, você pode acompanhar os feitos dos seus amigos em tempo real, enquanto joga. No canto direito da tela, pipocam anúncios com as conquistas mais recentes dos seus colegas. Para os caçadores de conquistas, esses recados constantes estimulam a competição e, como tudo em "Diablo III", a necessidade de jogar mais algumas horas.

PONTOS NEGATIVOS

  • Conexão online obrigatória
  • Para jogar "Diablo III" você precisa, obrigatoriamente, estar conectado aos servidores da Battle.net. Nos primeiros dias de jogo, isso causou revolta e comoção dos jogadores. Com longas filas e servidores lotados, muita gente passou horas tentando entrar no game. De lá para cá, a situação melhorou, mas ainda é incômodo esperar que a Blizzard realize alguma manutenção ou ser expulso do próprio jogo por falhas de conexão.

    Com certeza, jogar conectado acrescenta elementos novos ao jogo, mas se você quer apenas jogar sozinho, precisa torcer para que a Blizzard não vá interromper a brincadeira. Mais ainda, fica a sensação de que o jogo não é 100% seu, que quem decide quando você pode jogar é a produtora.

    A obrigação de estar conectado parece uma tendência irreversível nos games, mas ainda precisa provar que oferece mais benefícios do que dificuldades para os jogadores.
  • Mais ação do que RPG
  • "Diablo III" refina ao máximo os elementos de ação do jogo, reduzindo o jogo à sua essência. Porém, para isso, deixa muitos elementos de RPG de lado, o que pode desagradar alguns veteranos da série.

    O microgerenciamento do inventário, por exemplo, foi reduzido. Você não precisa pensar em quantas flechas está carregando, ou se tem pergaminhos de 'Town Portal' em quantidade suficiente. Agora, a preocupação é mais tática: tomar a poção com metade da esfera de energia cheia ou esperar que um globo 'de vida' apareça durante o combate?

    O maior impacto dessa simplificação vem da evolução automática dos atributos. Em "Diablo III" o que define seu personagem, mais do que a combinação de poderes e runas, são os equipamentos que ele carrega. Isso permite algumas especulações sobre o futuro do jogo: hoje, não há uma modalidade 'jogador contra jogador', mas a Blizzard já garantiu que está preparando essa opção de jogo.

    Com heróis definidos por seus equipamentos, que precisam de uma área segura para configurar habilidades - já que não há atalhos no teclado para isso - que tipo de partida definirá o modo "PvP"? O mais provável é esperar por batalhas ao estilo 'Dota" e poupar suas moedas de ouro para a Casa de Leilões.

LEIAM IMPORTANTE >>> Agora nao irei mais abandonar o blog e irei levar a serio XD

Obrigado a atençao de todos e desculpe por td

Nenhum comentário:

Postar um comentário